Ao Cair da Tarde em Floripa...

Em 2001 mudei-me para Florianópolis com um único propósito: fugir de mim e encontrar-me com uma improvável paixão de internet.
Lá conheci pessoas que são inesquecíveis por várias razões; uns pela loucura de não se encaixar na sociedade capitalista e opressora, outros pelo idealismo da causa, alguns pelo amor e tantos outros pelo rancor!
Durante todo o tempo em que lá fiquei, tive um companheiro de confissões, que ao cair da tarde me encontrava na varanda para um dedo de prosa e um café!
Ele vinha com duas garrafas térmicas de café, seu cigarro de fumo de corda e um caderno...caderno onde ele escondia sua tristeza, sua dor, sua frustração e seus mais íntimos desejos.
Tinha o poder de arrancar de mim confissões, de me fazer refletir no rumo que minha vida estava tomando, de me lembrar que eu também merecia ser feliz e desenhava...desenhava sempre!
Quando a tarde caia eu o esperava, quase como em um ritual, e minha alma se aquietava em sua companhia, mesmo que todos a minha volta se incomodassem com ele e seu caderno de desenhos, nossa cumplicidade estava selada com nosso cafezinho, nossas confissões e muitas vezes só com o silêncio.
Lá eu conheci os extremos: amei e fui amada, traí e fui traída, sonhei e fiz muitos sonharem, tive raiva e proporcionei o mesmo em muitas pessoas...perdoei e não sei se fui perdoada...mas a lembrança do entardecer naquela varanda grudou em minha alma e marcou minha existência!
E até hoje, alguns de meus maiores segredos, só o café e o caderno de desenhos que ganhei no dia de minha partida, sabem.

Comentários

  1. Nossa...só li isso agora! Espero que eu esteja na parte das pessoas que foram legais de conhecer! hahahahaha! Eu ao menos prefiro guardar só as lembraças boas. É o ideal a se fazer na vida, certo?
    Beijos
    Patricia

    e fiquei curiosa: quem era o amigo do café...a descrição bate com o Prux!

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